terça-feira, 26 de março de 2013

REGRESSEI



Ser bloguista nem sempre é fácil, ser-se bloguista é sobretudo ter a necessidade de extravasar o que vai no nosso sentir, não tem que ser certo ou errado, até porque sentir, é sentir, não tem de errado nem certo.

Diria que escrever, é uma forma de sustento de viver p`ra algumas pessoas. Pertencerei a esse “naipe” certamente.

 

Andamos a viver uma época conturbada de tudo, que pessoalmente penso que seja a falta de valores que impera cada vez mais no ser humano, mas ao mesmo tempo um mau estar profundo contra essa mesma falta enorme de valores. Engraçado também como as pessoas encaram esta crise, umas sonhando, outras pura e simplesmente desligadas e continuando com o seu “mundinho” pequenino, penso que estas últimas sejam as mais felizes pelo menos por enquanto. Lembro-me que no início dos anos 80 tivemos uma grave crise em Portugal, eu teria vinte e poucos anos, e a sério que passei pela dita crise e sai dela sem dar por isso. Mas, continuando, existe outros que se insurgem contra as injustiças que todos os dias chegam a todos nós de uma forma ou de outra, sobre a falta desses mesmos valores, e dói e de que maneira, é como um grito dilacerante que sai de dentro de nós, se isso é ser-se “maduro” então ser-se “maduro” independentemente de tudo o resto, é fascinante embora dilacerante. Incrível como a dor nos pode dar prazer enquanto pessoas, talvez até, porque com a dor crescemos porque ela fica cravada em nós, deixa-nos marcas profundas onde nos descobrimos e despertamos como consciência liberta e com todos os sentidos vivos em nós.   Indo    mais longe, diria que os nossos sentidos bailam dentro de nós transformando em energia e emergindo como íman sugando tudo aquilo que nos incomoda, mas, que teremos que diluir dentro de nós para purificar.

Esta coisa de viver é engraçada e dá prazer, embora por vezes dê uma vontade danada de enviar tudo p`ra o inferno.

Até um dia destes!

 

 

 

 

sábado, 24 de março de 2012

A FELICIDADE NÃO SE DÁ, TROCA-SE EM PARTILHAS........

A felicidade não se dá, troca-se ou partilha-se, é uma aprendizagem que tenho feito ao longo da vida, não quer dizer com isso que não chore, pois choro muito e riu imenso quando tenho vontade de chorar.
A vida foi nos dada penso eu, para nos descobrirmos e ajudarmo-nos mutuamente, algo que não se tem feito mais precisamente depois da Era Industrial, Era essa onde todos podiam ser ricos.

Isto para dizer o que? Como quase todos sabem nesta “paróquia” sou uma mulher ligada a tudo aquilo que desconheço mas que sinto existir. Não sou “DEUSA” nem tão pouco uma ser especial, muito antes pelo contrário sou uma mulher humilde, mas interessada naquilo que a rodeia.

O POVO Maia para mim sempre me despertou interesse, povo esse evoluído como nunca outro existiu, e reconhecido pelos grandes senhores da astronomia e matemáticos, um povo desaparecido não se sabe bem como onde surgem várias teorias, mas nenhuma delas exacta, mas cujos espíritos vagueiam em luta constante para dar entendimento ao Homem e sapiência, que eles teimosamente tentam rejeitar mas hoje sem o poderem fazer, diante tanta descoordenação, seja político, económico ou social e isso faz o Homem pensar.

O sexto sol é a grande revolução que começou nesta Era de Aquário, a sua chegada foi anunciada pelo povo atrás referido, ou seja o sexto Mundo, onde se dará a evolução espiritual do Homem.
Será o inicio de uma Era em que, o espirito se funde no físico, isto implica que é a chegada de uma nova consciência. Vai ser na verdade o grande centro espiritual da humanidade e amor perfeito entre almas gémeas, o encontro de almas gémeas entre casais principalmente, pois é ai que nasce os verdadeiros alicerces e estrutura para o amor.

Nunca mais nada será igual ao que fomos conhecendo nestes últimos séculos, pois o Homem vai começar a reger-se com o coração e não com a razão, uma razão que nunca existiu e que nós Homens agora e lentamente o vamos compreendendo.

Novos Messias aparecerão, a linguagem espiritual entrará em todos, uma hierarquia de LUZ chegará a nova ciência de ascensão humana para o novo. O Universo entrará e em perfeita união com o Homem e vice-versa, abrindo novos caminhos. As crianças e jovens vão ter um papel preponderante sobre nós, as tão famosas crianças Índigo e Cristal, que tanto encherão bancos de psicólogas e psiquiatras e que os convenceram que o Mundo é mais que aquilo que conhecemos.

Eu pessoalmente e sem dar por isso fui aprendendo e aceitando, o que duas das minhas filhas trouxeram até a mim, ainda bem para mim e para elas, embora elas não aceitem mas acabarão por aceitar, porque a vida as vais vai fazer entender.

As catástrofes surgirão em catadupa, mas um vulcão irá alterar a estrutura da terra provocando uma era glacial mas suportável ao Homem, o que será uma regeneração do planeta pois que irá atenuar o efeito de estufa, fazendo com que o planeta terra continue assim como a nossa espécie.
Esta espiritualidade que busco em mim partilho com os outros, pois que é necessário um novo recomeço.
Quando me iniciei em Reiki, foi numa altura muito má da minha vida, eu estava debilitada tanto fisicamente como mentalmente, pensei estar no meu limite, mas sentindo que havia algo. Curiosamente os espíritos, levaram-me á porta certa uma porta para mim desconhecida mas bem perto de mim. O que eu senti nesse dia e o que vi nunca esquecerei, e compreendi o que pessoas entendidas na matéria me diziam, que eu possuia uma energia “medonha” dentro de mim e que teimosamente eu me afastava daquilo que está predestinada para mim, que muito sinceramente não sei o que é mas que levemente me deixo levar.
Sei que uma das minhas missões é falar e partilhar desta nova consciência humana e não me interessam o que possam pensar de mim ao ler o que aqui ou ali vou deixando transcrito isso nada me incomoda, porque sei que fica sempre dentro de vós algo nem que seja 10%, do que vou deixando e isso para mim já é muito bom, até porque nada é por acaso nem acontece tão rápido como o desejaríamos.

É necessário termos a percepção da lei da espiritualidade, para continuar esta jornada á qual chamamos VIDA.

O Homem, cada vez mais se sente cansado e desmotivado e isso dá que pensar e faz-nos olhar para dentro de nós e “falar” connosco . Políticos irão surgir com  discursos nunca ouvidos, pois muitos deles vão ganhando essa nova consciência Papandreu foi o primeiro e muitos virão a seguir.

O amadurecimento da alma irá permitir um “matrimónio” entre a terra e o Homem.
Os Homens irão se deparar com seres superiores muito superiores a nós, que nos ajudarão a entender a verdadeira essência do que é ser Homem e dar-nos a compreensão daquilo que ainda não dominamos.

A vida é muito mais que matéria, está na altura de abrir horizontes...


Lucinda Maria Reizinho




segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O ETERNO RECOMEÇAR DO RECOMEÇO!!!

Por vezes as palavras chegam-nos inesperadamente, de onde menos se espera e por onde menos se espera, palavras essas que estão dentro de nós e ao qual todos sabemos pronunciar, mas esquecemos-nos delas nem sabemos nós porquê.

Tenho andado triste por uma série de situações, dizer que estamos tristes não é sinal de cobardia, nem tão pouco de fragilidade é um estado de alma, que se quer que seja passageiro. Dizer-se que está triste por vezes é o começo para nos sentirmos melhor, porque tivemos a CORAGEM de o dizer, penso eu e cada vez mais, que guardarmos sentimentos negativos nos intoxica a nós mesmo portanto devemos encontrar em nós mesmo uma terapia para os afastarmos, e, é isso que tenho procurado fazer, seja através da escrita ou outro meio qualquer, onde o importante é que o saibamos fazer, sem sombra de pecado para nós mesmo.

E tudo isto porque uma frase de um e-mail me despertou: COMEÇAR O COMEÇO.

Na realidade o começo é SEMPRE o mais importante seja a que nível for, o começo é SEMPRE como conceber ou seja o começar.
Começar é, esse eterno e SEMPRE recomeço que é a vida, e quando não se recomeça e não se reinventa a vida estagna e não interessa mais viver, eu penso que NASCI para e sempre me reinventar. Apesar disso muitas vezes o recomeçar, é pedirmos ao outro ajuda-me, como quando crianças pedindo ao pai ou á mãe: Começa-me a descascar esta laranja.

Muitas vezes pedi á minha mãe para me começara a descascar as laranjas, até porque através das mãos dela nascia uns óculos perfeitos, a qual eu me maravilhava e depois colocava na minha face, não sei se por isso, ainda hoje e embora goste de laranjas, raramente as como porque tenho que ser eu a descasca-las, sinal que necessito dos outros para recomeçar.

Ontem olhei para a data e tal me fez lembrar algo, pensei pensei e pensei até se fazer LUZ, a minha maior amiga com oitenta anos e invisual desde criança, mas com os olhos maravilhosos fazia oitenta anos. Sorri porque são muitos anos e ela possui uma força extraordinária em se manter presa á vida pelo amor que possui á sua filha minha amiga de há trinta e quatro anos. Agarrei no telemóvel e enviei-lhe uma msg, podia-me ter metido no carro andar uns kms largos, mas não estava num bom dia e como tal fazer coisas sem vontade e sem é algo que não dá muito comigo, para a ir visitar já que se encontra num lar acamada, mas apesar disso e quando lhe agarro nas mãos ela diz para mim: Cindinha.
Mais tarde a sua filha ligou-me e disse-me: Tu lembraste-te!!!
E eu respondi: Sabes Ita, eu olhei para a data e sabia que tal me dizia algo e puxei pelos meus neurónios, e..
Ele disse-me: Também me acontece este ano a data do dia 17 de Janeiro dizia-me algo que eu não me lembrava, um dia que foi muito complicado para mim
Eu respondi: Dia 17 de Janeiro?? O que aconteceu nesse dia?
Respondeu, com um sorriso (que senti): Não posso agora lembrar, tenho o Miguel ao meu lado ( o Miguel é o meu sobrinho filho dela de quatro anos).
Falamos mais um pouco e desligamos, mas eu fiquei a pensar o que lhe tinha acontecido, como era possível eu não me lembrar de uma data de uma amiga de algo que de bom ou mau lhe teria acontecido, e não parei de puxar pelos meus neurónios. Ela nesse dia perdeu dois gémeos numa gestação de seis meses de algo que ela tanto desejava e já tardiamente.
Sorri de alegria por ela já ter essa data distante dela, pelo nascimento á posterior do meu sobrinho Miguel que foi uma dádiva, caída do céu, algo que eu penso que ajudei, porque sempre lhe disse que o facto de não engravidar se devia a uma energia bloqueada. Na realidade depois de o ter feito e se ter entregue nas mãos de uma Reikiana, engravidou.

Isto tudo para dizer que o IMPORTANTE É O COMEÇO, o resto depois é deixar deslizar. O COMEÇO é também a ajuda do outro na maior parte das vezes que muitas vezes nos chega da forma mais inesperada.





sábado, 10 de dezembro de 2011

AMOR ESSA COLA....

Amor, um tema banal que dá tristeza e felicidade, mas necessário para que a alma flua e que se dance e cante em estado de amor.
Amor um estado de alma permanente ou não, tranquilo ou intranquilo sem deixar de ser amor.
Amor existe de muitas as cores não se explica, acontece pura e simplesmente. Amor não se define sente-se.
Amor bebe-se e embriaga-se com ele, droga pura e simples que nos dá ilusão e desilusão sem deixar de ser amor.
Amor é segredo intimo, mas que se mostra no olhar e no jeito de andar.
Amor é um pedaço de nós que se doa, muitas vezes ou a maioria das vezes sem troca.
Amor é a beleza daquele olhar que cruza connosco na rua ou noutro sitio qualquer e que nos trás bênçãos nem que seja por um período curto de tempo.
Amor não é eterno, assim como a vida não o é.
Amor perdura, no tempo e num  espaço sideral, que pode não ser o meu ou o teu, mas que existe além da esperança.
A vida é tão curta, e com tantos desencontros e encontros, que o melhor mesmo é deixar acontecer sem grandes alaridos, mas, e sim sempre em grande emoção.
Existe vários tipos de amor, e, seja em qualquer um deles, encontramos sempre um bocadinho de nós.
Amor também pode ser pensamento, e, é em pensamento lhes deixo o que penso sobre o amor, não estejamos nós em época de Natal.

  

terça-feira, 29 de novembro de 2011

PARTILHAS E PENSARES!

As coisas, que me incomodam serão várias e também não serei certamente uma pessoa diferente de todos, sou uma pessoa comum, que posso sentir mais ou menos que outras, e nada me destingue do diferente, a não ser para aqueles que me amam de verdade.
Isto tudo para dizer o que? Não sei, cada vez menos sei talvez até por saber demais. Tenho mais noção do meu corpo, daquilo que ele sente e como ele reage dando-me sinais de alerta, daquilo que eu me recuso a aceitar.
Acredito fielmente e poderosamente que dificilmente, temos capacidade de ouvir o nosso corpo, penso eu que cada dor física que possuímos, corresponde a uma dor da alma, aquela dor que vai entranhando em nós silenciosamente e que de repente desperta num grito de dor. Cada orgão do nosso corpo corresponde a um pedaço de alma, quando ela chora em silêncio e não a embalamos ela zanga-se porque também possui vida, embora muitos não o queiram aceitar.
Esta noite o meu corpo deu sinais de dor, como se eu quisesse, deitar para fora tudo aquilo que me faz sangrar por dentro.  
Se eu estou triste? Penso que não nem tão pouco ando cansada do Mundo, pois até penso que ele ainda me tem muito para dar. Talvez o problema seja eu conhecer-me demasiadamente bem e não me enquadrar, naquilo que vem ao meu encontro, por outro lado quando eu vou ao encontro também me deparo, com aquilo que eu  não quero.
Se sou insatisfeita, um pouco talvez, não seremos todos nós insatisfeitos?
Porque estou a partilhar o que sinto? Não sei, mas penso que na escrita encontramos a terapia para o nosso eu, e a descoberta ao outro que nos lê, e,  que afinal também sente como nós e que não está só nesta longa jornada, ou curta jornada que o Universo nos deu.
Sempre dei imensa importância ao sentir, é importante para mim sentir com os cincos sentidos, o grande dilema é que hoje em dia e por razões várias, sentimos muito pouco com os cinco sentidos. Comemos á presa, falamos com os outros rápido demais, amamos de menos, olhamos de menos para o que nos cerca, á folha nova que brota do vaso, mas curiosamente quando as folhas caem e ficam velhas é que reparamos, e pensamos: Está feia.

Na realidade é que sinto que falho em muitas coisas da vida, que enquanto tudo vejo bonito não cultivo não alimento, e quando a folha cai é que me sinto preocupada, ou seja nós seres humanos não fazemos uma prevenção dos nossos sentimentos.

Hoje em dia fala-se imenso em deixar fluir sentimentos, e eu penso para mim:- Lú deixar fluir sentimentos? Deixar que te sintas a boiar á deriva?
Resumindo, acho que a vida é um sentimento em bruto em que cada um de nós sente á sua maneira, e, a dificuldade da “coisa” é tentar perceber o sentimento do outro e vice-versa.
No fundo a vida resume-se a viver o que não é nada fácil.

domingo, 13 de novembro de 2011

NESTE ENORME PALCO DE NOME: VIDA!

Histórias de vida real neste palco, feito de empurrões, ilusões, dores e alegrias!


Não sei porquê  este Universo deu-me um dom, que é saber comunicar, talvez através disso, e até porque sou bastante crua com aquilo que a vida me dá,  porque é essa a  verdade e como não ando nesta vida p`ra sonhar e sou de afastar a tristeza em vassouradas, tenho o grato prazer de conversar com gentes, que me fazem rir e pensar.
Uma dessas pessoas, viuvo e com um imenso desgosto da morte da sua esposa, há mais de um ano que me diz: Lucinda, vou morrer na noite de 12 para 13 de Novembro ( reparem no pormenor, NOITE).
Isto tudo porque  teve um vislumbre numa  das lápides de uma das suas visitas ao cemitério onde, costuma conversar com as cinzas da sua esposa amada ( escrevo desta forma porque, entendo que a morte e a vida são elos de ligação). A primeira vez que ele me disse tal, ouvi-o com imensa atenção, como querendo perceber algo nessa longa palestra que me pudesse a mim mesmo elucidar sobre esse vislumbre.
O tempo passou, e eu de vez em quando a brincar eu perguntava:- Meu doce, a hora está próxima, não te esqueças!
E ele respondia: Lucinda não brinques comigo.

Bem hoje apeteceu-me ligar ao “morto” (aliás o morto já tinha dado ordens para me comunicarem o seu falecimento) liguei e perguntei: Estou a ligar p`ra o céu ou p`ra o Inferno??

É claro que do outro lado, o “morto” respondeu com uma sonora gargalhada, mas chateado da vida, porque chegou á conclusão que vida era o que não lhe faltava.

É claro que as palavras são sementes que florescem e que me deram uma vontade enorme de soltar uma das minhas gargalhadas!
Então o “morto” contou-me como tinha passado o dia de ontem a preparar a sua morte. Como a empregada há três semanas que não lá vai a casa (porque essa sim, tem o marido no hospital a morrer de uma cirrose) o “morto” resolveu limpar a casa ao ponto de tirar cortinas, coloca-las na máquina de secar depois de lavadas, passa-las a  ferro e tornar a coloca-las, aspirou lavou casas de banho.. ás 24h exausto, e porque a D. Morte se aproximava, foi tomar banho, fez a barba e sentou-se no sofá á espera da dita, só, que como ela não vinha, adormeceu chateado e chateado acordou!

Porra de vida esta, dizia-me ele hoje!

Adoro os meus amigos, adoro ouvi-los e sobretudo adoro este palco da vida, onde tento perceber todos sem ninguém me entender a mim, mas também não interessa!


 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

AS CIDADES E AS SUAS GENTES!!!

Ontem e hoje e por razões pessoais, tive que andar pela cidade Escalabitana, embora por vezes lá passe de passagem,  já há uns dois anos que não andava pelas suas ruas com calma e com tempo.

As ruas quase desertas de gentes nas vielas estreitas e nas ruas largas daquela cidade uma das mais quentes de Portugal, gente apática e triste, cafés desertos, a rua principal dentro da cidade que vai do Governo civil até aos CTT com o ainda  glamour típico do Ribatejo nas fachadas dos prédios mais antigos, na sua maioria bem conservados, os vizinhos de negócio porta à porta falando de tudo e de nada, já que os clientes não entravam. Entrei numa loja de antiguidades mesmo no coração da cidade onde o dono da mesma, senhor já de idade avançada, um bom típico Ribatejano, prosou comigo sobre tempos antigos tentando esquecer este presente. Sentei-me com ele e ambos andamos longe, eu com prazer daquele bocadinho diferente a apanhar o sol que entrava pela frecha da porta antiga e tentando-me transpor ao tempo que gentilmente o senhor me queria levar, e quase que lá cheguei enquanto também passava os olhos sobre as antiguidades que ele  ia apontando com o dedo, e cada uma com a sua história e o seu mistério. Sai agradecida, quando me vi dentro de uma mercearia daquelas bem antigas com umas caixas e cestos de fruta á porta, onde o cheiro lá dentro me trouxe recordações da mercearia que eu tantas vezes ia fazer recados á minha avó, na grande cidade de Lisboa. Comprei um chocolate e sai pensando que passamos na vida a correr sem apreciar estas pequeninas coisas nesta troca mútuas de sentires, por razões várias mas essencialmente porque o tempo cada vez corre mais rápido.



Andei por vários Institutos públicos, alguns deles funcionários sem nada p`ra fazer, noutros como no IMTT, sem funcionários suficientes para dar despacho a tantos assuntos. Sentei-me olhando atentamente à minha volta. Uma das funcionárias mastigando pastilhas atrás de pastilhas, deixando no ar umas “deixas” típicas muito descontraída como se tivesse em sua casa. Um dos utentes a dizer-lhe que poderia ser mais simpática e ela respondendo:- Não me pagam para ser simpática mas, sim para trabalhar. 
Sorri, por a situação ser caricata. Uma das colegas dela uma senhora já de idade, talvez já próximo á reforma, encolhendo os ombros como pensando: O que isto era, e como está!!!
Enfim, gostei destes dois dias, gostei do sol do tempo daquilo que aprendo a observar e principalmente a dar valor ao, que eu dantes não dava a partilha de se ser gente e a tolerar o intolerável.